Vem aí a insulina inalável

16/08/2014 21:27


Depois de décadas de pesquisas e reveses, ganha aval para uso entre os diabéticos essa nova via de reposição do hormônio.



Para milhares de diabéticos brasileiros, manter os níveis de controle é uma tarefa diária que exige dieta balanceada, atividade física e injeções de insulina - as vezes, até oito por dia. Em breve, boa parte das picadas, se não todas, poderá ser substituída por  uma sucção rápida em uma espécie de apito, que libera a dose exata do hormônio nos pulmões e, em seguida, na corrente sangüínea. Essa é a promessa de Alfrezza, a nova insulina inalável recém aprovada pelo FDA, agência que regula a venda de medicamentos nos Estados Unidos e é referência para os órgãos correspondentes no mundo inteiro.

Por enquanto, a via inalável só está liberada para maiores de 18 anos, não fumantes e sem problemas pulmonares, como asma e bronquite. Crianças e adolescentes, as principais vítimas do diabete tipo 1, não estão no grupo dos beneficiados. 

Tudo leva a crer, porém, que é questão de tempo para que ela também se destine a essa turma. O  pontapé para para as pesquisas com mais jovens e portadores de asma já foi dado. E o Instituto da Criança com Diabetes ( ICD), de Porto Alegre, deve ser um dos palcos desses testes. " São necessários muitos estudos para validarmos o produto porque é uma via até hoje não utilizada. Mas nossa expectativa é bem otimista", comenta o endocrinologista Balduíno Tschiedel, diretor presidente do ICD.


E A INSULINA EM CÁPSULA ?


Dois laboratórios, o israelense Oramed Pharmaceutical e o dinamarquês Novo Nordisk, disputam a corrida para ver quem lança a primeira versão oral do hormônio. A Oramed está para começar os estudos da eficácia do comprimido em seres humanos. Ou seja, já mostrou que sua molécula escapa ao suco gástrico e chega à corrente sangüínea - o principal desafio dessa via de administração.

Em breve, saberemos se é páreo para as injeções subcutâneas tradicionais.



Fonte: Revista Saúde