Terapia Gênica

11/10/2012 09:52

 

 

Termo que vem tomando espaço em discussões clínicas, a terapia gênica gera polêmicas e também muita curiosidade. De acordo com os especialistas, a terapia gênica, conhecida no meio médico como TG, é uma forma específica de tratamento para doenças hereditárias. A linha de tratamento consiste em procedimentos que inserem um gene funcional dentro da célula humana (que carrega as informações hereditárias).

Função na medicina

De acordo com dados a nível internacionais, 5% das crianças no mundo nascem com alguma doença ou congênita. Mesmo em países subdesenvolvidos, 25% dos bebês de até 12 meses de idade são acometidos por alguma doença ou distúrbio de causa genética. Do primeiro ao quarto ano de vida, esse número ainda é preocupante: 23%. Nos adultos, o número de predisposição é de 40%.

Em seus procedimentos a TG usa dois tipos de técnicas, conhecidas como germinativas e somáticas. A primeira delas é caracterizada pela introdução do material genético “livre de cargas hereditárias” nos espermatozóides ou óvulos. Por sua vez, a técnica somática introduz o material genético em quaisquer células.

Surgimento e polêmica

O primeiro relato de terapia gênica é datado de 1989 e aconteceu nos Estados Unidos, país que é o líder em estudos da terapia gênica do mundo. Em 1990, seria aprovado o primeiro estudo clínico utilizando um gene funcional, durante o procedimento de um tratamento de adenosina deaminase.

Uma discussão constantemente pertinente às tentativas de inserção da Terapia Gênica na medicina convencional lembra o caso que envolveu o paciente americano Jesse Gelsinger: em 1999, o paciente foi submetido a uma TG e morreu por resultado do experimento.

A técnica de inserção do novo código genético usou um vírus e o comportamento da substância no organismo acabou não saindo como o planejado, já que o vírus usou a célula do paciente como hospedeira e acabou multiplicando-se.

 

Vantagens

O tratamento está em estágio de estudos clínicos e laboratoriais, mas mesmo assim, indica oportunidades crescentes. Acredita-se que a terapia gênica poderá se expandir para o tratamento de males cancerígenos, doenças neurológicas, cardiovasculares, do sistema imunológico, problemas oculares, daltonismo, obesidade, calvície, depressão, mal de Parkinson e Alzheimer e outros. Os estudos da terapia gênica são voltados para a melhor maneira de transferir o DNA sadio, o qual poderá ser feita através de injeção direta de DNA, complexo de receptores-ligantes e eletroporação.

Desvantagens

Por ser um tratamento recente com somente uma década de estudos, há uma série de obstáculos para que a mesma seja ser posta em prática. Implica-se principalmente a questão da ética profissional a questão religiosa, que julga contra as leis Divinas a interferência em aspectos tão particulares como ” a identidade celular do ser”. Por outro lado,  um tratamento de alto cunho tecnológico também pode ser direcionado apenas para classes de maior poder aquisitivo. Possíveis danos terríveis a saúde, também são desvantagens já que confere uma alteração jamais vista na essência do código genético

Por mais que tenham sido feito diversos estudos ainda não se conseguiu encontrar uma cura definitiva para as doenças hereditárias, por isso, espera-se que através da terapia gênica o sofrimento humano diminua, buscando a melhora e a qualidade de vida para todos.