Dieta do coração verde e amarelo

20/04/2013 11:16

 

Hospital paulistano elabora cardápio cardioprotetor onde ela propõe um resgate da alimentação tradicional brasileira.

Baseada na dieta do mediterrâneo , a mesma, serviu de alicerce para a criação de um cardápio igualmente amigo do peito, só que composto de alimentos e receitas tipicamente tupiniquins. Elaborado pelo Hospital do Coração (HCor), na capital paulista, em parceria com o Ministério da Saúde, o menu inclui, entre outros itens, arroz,feijão, castanhas e frutas nacionais, a exemplo do abacaxi , goiaba, e açaí.
" Temos muitas pesquisas em cardiologia no Brasil, mas, até agora, nenhuma que tenha debruçado sobre o efeito da nossa alimentação na redução de eventos cardíacos" contextualiza a nutricionista Camila Ragne Torreglosa, uma das integrantes da equipe que desenhou a nova dieta. Esta, inclusive, já foi posta à prova em um estudo piloto, do qual participam 120 indivíduos com histórico de piripaques no coração. Enquanto uma parte seguiu o cardápio verde e amarelo, a outra recebeu as recomendações clássicas para evitar outro susto - como o consumo de alimentos característicos de países banhados pelo mar mediterrâneo, caso do azeite de oliva e dos pescados.
Depois de 12 semanas, os pesquisadores notaram uma diminuição de peso mais significativa na turma que investiu nos pratos cheios de brasilidades. " Com isso, o perfil metabólico dos voluntários melhorou". Ou seja, os triglicérides, a glicemia, e a pressão arterial baixaram", conta Camila. Outro ponto positivo foi a queda dos índices de colesterol, mais um financiador de panes nas artérias. O resultado empolgou os especialistas a iniciarem uma análise nacional, com 2 mil pacientes de 40 centros de referência em cardiologia e acompanhamento de um ano. Nesse projeto, mais uma vez o objetivo é avaliar o efeito na prevenção secundária - ou seja, em pessoas que já se assombraram com problemas cardiovasculares. " Quem infartou ou teve derrama apresenta 7,5 vezes maior de passar novamente pela situação em um período de quatro anos" justifica o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, da Sociedade Brasileira de Cardiologia .
A sacada da dieta é valorizar receitas como o arroz com feijão, preparados com quantidades mínimas de sal e gordura.
Resta saber se trará benefícios semelhantes ou mais surpreendentes. Até agora, sem puxar sardinha, tudo conta a favor dele.

Fonte: Revista Saúde