7 Verdades e 3 Mitos sobre o COMA

14/08/2012 13:56

 

Nessa condição, a pessoa mantém uma tênue relação com a realidade. Entenda o que realmente acontece nesse estado. Coma é um nome que assusta. Para alguns pode significar um longo caminho sem atividade e sem volta. Mas não é sempre assim. Muitas vezes é um tempo que o cérebro dá a si mesmo para se recuperar. Ao contrário do que muitos pensam não se trata de um sono profundo. “O coma significa perda de consciência, que é capacidade de interação com o meio. No sono não temos isso”. Conheça mais e saiba o que é verdade e o que é mito sobre o estado coma.

VERDADES

·         É possível ficar nesse estado para sempre

Se as condições clínicas que levaram ao coma forem controladas, a pessoa pode permanecer no estado por muitos anos. “O paciente que persiste sem contato com o meio desenvolve o que chamamos de estado vegetativo persistente, que pode durar vários anos ou décadas”. Diz o neurologista Teixeira Júnior. No entanto, se for acompanhado de morte encefálica e acompanha disfunções sistêmicas, leva a parada cardíaca e respiratória depois de poucos dias.

·         O paciente sente fome, frio

Mas não há tomada de consciência de fenômenos como sede, frio ou calor. A sensação existe, mas a pessoa não está consciente delas. O mesmo acontece com a dor. Muitos respondem a estímulos, mas os médicos acreditam que não tenham consciência da situação dolorosa.

·         A pessoa consegue ouvir o que é dito

Mas, isso não significa necessariamente, que o paciente processe o que está ouvindo. “Muitos pacientes que sobreviveram a um período de coma informam que ouviram conversas”. Por meio de exames é possível documentar o quanto o paciente ouve, mas não é possível dizer se as informações são processadas da mesma forma como se ele estivesse acordado.

·         A chance de voltar diminui com o tempo

Quanto mais tempo o paciente permanecer sem resposta, maior é a dificuldade de recuperar-se e aumenta a chance de sequelas. Depois de 12 meses, a chance de recuperação é bastante pequena.

·         Conversar com o doente ajuda

“Não há comprovação científica quanto a isso, mas nós, médicos, acreditamos que, quanto mais cuidados e apoio da família e de amigos o paciente recebe, maior sua chance de recuperação”.

·         Há possibilidade de indução

Pode ser induzido por agentes farmacêuticos para proteger o paciente de uma dor muito forte durante o processo de recuperação ou para preservar as funções cerebrais mais nobres depois de um trauma cerebral. Nesses casos, o médico tem do processo e pode trazer de volta ao estado de vigília quando julgar que é o melhor momento.

·         Idosos têm menos chance de se recuperar

Idosos geralmente apresentam outros problemas de saúde além daquele que os levou ao coma. Assim, a chance de recuperação sem sequelas é menor.

 

MITOS

  • Pode ser tratado

Não há nada que os médicos possam fazer com relação ao coma. Os procedimentos visam a melhorar o estado do paciente de modo geral. A prioridade é a sobrevivência, que inclui manter a respiração e a circulação. Depois, buscam identificar com precisão a causa do coma e reverte-la.

  • A pessoa perde a consciência sempre depois de um acidente

São várias as causas. O diabetes é uma delas, outras possibilidades são a exposição a uma quantidade muito grande de monóxido de carbono, overdose de drogas e até infarto severo, que provoca um déficit de oxigenação no cérebro.

  • Trata-se de um tipo de sono profundo

Há duas diferenças básicas. A primeira é que, durante o coma, não acontecem os ciclos característicos de sono. A segunda diferença é que, no sono a pessoa pode acordar com facilidade, o que não acontece no coma. O estado de coma mantém mais semelhanças com o que acontece durante a anestesia geral, segundo estudo de 2010 feitos no Hospital Geral de Massachusetts. A anestesia geral é como uma coma induzido, reversível. Mas eles também descobriram que alguns circuitos cerebrais – como  o do despertar –agem de forma semelhante tanto no coma e na anestesia quanto no sono. Portanto, estar em coma não é como ficar adormecido, mas sair dele pode ser um fenômeno semelhante ao despertar.