7 Verdades e 3 Mitos sobre o COMA
VERDADES
· É possível ficar nesse estado para sempre
Se as condições clínicas que levaram ao coma forem controladas, a pessoa pode permanecer no estado por muitos anos. “O paciente que persiste sem contato com o meio desenvolve o que chamamos de estado vegetativo persistente, que pode durar vários anos ou décadas”. Diz o neurologista Teixeira Júnior. No entanto, se for acompanhado de morte encefálica e acompanha disfunções sistêmicas, leva a parada cardíaca e respiratória depois de poucos dias.
· O paciente sente fome, frio
Mas não há tomada de consciência de fenômenos como sede, frio ou calor. A sensação existe, mas a pessoa não está consciente delas. O mesmo acontece com a dor. Muitos respondem a estímulos, mas os médicos acreditam que não tenham consciência da situação dolorosa.
· A pessoa consegue ouvir o que é dito
Mas, isso não significa necessariamente, que o paciente processe o que está ouvindo. “Muitos pacientes que sobreviveram a um período de coma informam que ouviram conversas”. Por meio de exames é possível documentar o quanto o paciente ouve, mas não é possível dizer se as informações são processadas da mesma forma como se ele estivesse acordado.
· A chance de voltar diminui com o tempo
Quanto mais tempo o paciente permanecer sem resposta, maior é a dificuldade de recuperar-se e aumenta a chance de sequelas. Depois de 12 meses, a chance de recuperação é bastante pequena.
· Conversar com o doente ajuda
“Não há comprovação científica quanto a isso, mas nós, médicos, acreditamos que, quanto mais cuidados e apoio da família e de amigos o paciente recebe, maior sua chance de recuperação”.
· Há possibilidade de indução
Pode ser induzido por agentes farmacêuticos para proteger o paciente de uma dor muito forte durante o processo de recuperação ou para preservar as funções cerebrais mais nobres depois de um trauma cerebral. Nesses casos, o médico tem do processo e pode trazer de volta ao estado de vigília quando julgar que é o melhor momento.
· Idosos têm menos chance de se recuperar
Idosos geralmente apresentam outros problemas de saúde além daquele que os levou ao coma. Assim, a chance de recuperação sem sequelas é menor.
MITOS
- Pode ser tratado
Não há nada que os médicos possam fazer com relação ao coma. Os procedimentos visam a melhorar o estado do paciente de modo geral. A prioridade é a sobrevivência, que inclui manter a respiração e a circulação. Depois, buscam identificar com precisão a causa do coma e reverte-la.
- A pessoa perde a consciência sempre depois de um acidente
São várias as causas. O diabetes é uma delas, outras possibilidades são a exposição a uma quantidade muito grande de monóxido de carbono, overdose de drogas e até infarto severo, que provoca um déficit de oxigenação no cérebro.
- Trata-se de um tipo de sono profundo
Há duas diferenças básicas. A primeira é que, durante o coma, não acontecem os ciclos característicos de sono. A segunda diferença é que, no sono a pessoa pode acordar com facilidade, o que não acontece no coma. O estado de coma mantém mais semelhanças com o que acontece durante a anestesia geral, segundo estudo de 2010 feitos no Hospital Geral de Massachusetts. A anestesia geral é como uma coma induzido, reversível. Mas eles também descobriram que alguns circuitos cerebrais – como o do despertar –agem de forma semelhante tanto no coma e na anestesia quanto no sono. Portanto, estar em coma não é como ficar adormecido, mas sair dele pode ser um fenômeno semelhante ao despertar.